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Curso de Arquitetura trabalha com acessibilidade
(Paulo Demétrius) Sancionada em 2004, a Lei 10.048 garante à população brasileira, totais condições de acessibilidade a todos os ambientes abertos ao público. Porém, o que se observa, é um total desconhecimento das normas que existem para garantir o direito de ir e vir de todos os cidadãos. O arquiteto Dawerson Ramos, mestre em engenharia urbana e atual coordenador do curso de Arquitetura e Urbanismo do Ceulji/Ulbra, concedeu entrevista ao Correio Popular sobre as condições da acessibilidade urbana de Ji-Paraná e sobre o trabalho de readaptação dos espaços da Instituição no qual é professor. Dawerson explicou que a acessibilidade não é uma questão que beneficia apenas aos deficientes físicos, mas também a toda população que possa a ter dificuldades de locomoção. ?A população idosa, pessoas com uso temporário de muletas, grávidas, mães com carrinho de bebe, além dos deficientes físicos são denominados de PNE [Portadores de Necessidades Especiais], e tem seus direitos à acessibilidade garantida pela lei há anos?, esclareceu o arquiteto. Recém-chegado à cidade, Dawerson disse que ficou surpreso com as condições dos acessos em Ji-Paraná, estando evidente que ainda há muito por se fazer nesse sentido. ?Ji-Paraná, por ser uma cidade nova, ainda tem que lidar com esses problemas. Desde o mobiliário urbano [lixeiras, hidrantes, bancos, orelhão, pontos de ônibus e iluminação], transporte público e a acessibilidade propriamente dita, são questões que ainda estão deficitárias na cidade?, ponderou o professor. Para a realização dessas melhorias, é necessário que o Plano Diretor do município normatize as especificações que devem atender em prol do bem-estar da população ji-paranaense. O engenheiro urbano cita como exemplo a arborização da cidade. ?Ji-Paraná, por ser um local muito quente, necessitaria de mais árvores. Detalhes como esse deveriam estar no Plano Diretor, que na verdade, é mais um código de obras do que um Plano em si. Sei que ele foi feito em 2001, e por lei, deverá ser atualizado a cada 10 anos. Acredito que essas questões sejam abordadas na próxima reformulação do Plano Diretor?, disse Dawerson. O arquiteto também disse que a própria história da cidade é um fator determinante para a realidade atual. ?O povoamento de Ji-Paraná foi feito indefinidamente. Questões urbanísticas e de acesso eram desconhecidas pelos habitantes da cidade desde sua fundação. Municípios mais jovens de Rondônia naturalmente se atentaram a esses detalhes mais cedo. É o caso de Vilhena e Ariquemes, cidades que hoje conseguiram se adaptar urbanisticamente com mais sucesso que Ji-Paraná. PROJETO ULBRA ? O coordenador de arquitetura do Ceulji/Ulbra aproveitou para comentar reformas que a Universidade tem passando para se adaptar às necessidades da população com a locomoção restrita. Segundo ele, o primeiro passo desse processo foi à instalação do piso tátil nas entradas da instituição. ?Esse piso diferenciado serve para orientar os deficientes visuais tanto pela cor quanto pela textura. O detalhe, é que o material utilizado nessa reforma foi todo fabricado pelos alunos da instituição, o que acaba sendo uma forma de baratear os custos dessa obra?, explicou. Os corrimãos também serão instalados na instituição com altura e detalhes dentro das normas técnicas. ?Até para corrimãos existem detalhes específicos, para atender as alturas de crianças e adultos?, analisou. Um elevador também já está sendo instalado em um dos prédios da instituição. ?O prédio C era uma construção sem acessibilidade adequada. Com essas reformas, estamos corrigindo esse defeito com um elevador projetado pelos alunos do curso de arquitetura?, disse Dawerson Ramos. Dawerson completou dizendo que a readaptação completa da instituição irá levar um ano e meio,e que, após esse tempo, será feito um trabalho para conscientizar a população que ainda desconhece seus direitos de locomoção, finalizou o arquiteto....


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